segunda-feira, maio 08, 2006

Paz?

Acordou numa ilha. Tinha ido dormir descontente com a vida após ler o jornal, minutos antes de se deitar. E agora estava ali. Num lugar completamente desconhecido de aspecto meio primitivo. Percebeu que não estava só, quando, ao longe, viu um homem sombrio e sinistro que possuía a palavra Terror escrita em seu braço e vinha acompanhado de duas mulheres, chamando-as por seus respectivos nomes: Desgraça e Tristeza. O rapaz, JJ, achou estranho aqueles nomes, e, por algum motivo, sentiu que deveria ficar longe daquelas pessoas.

Não sabia o que fazer e nem como tinha parado naquele lugar. Parou, sentou numa pedra e lembrou que foi dormir pensando onde estaria a paz, e como poderia encontrá-la.
Prontamente deduziu que deveria estar ali pra isso e que aquilo só podia ser um sonho. Já que era assim, por que não aproveitar? Avistou então uma mulher de cabelos longos e olhos castanhos, ambos da cor do mel e brilhantes. Era magnificamente linda. Novamente refletiu que tudo haveria de ser um sonho. Foi até ela, apresentou-se e perguntou se sabia onde podia encontrar a paz. Dando um sorriso capaz de alegrar multidões, a moça disse que seu nome era Esperança, e que coincidentemente também estava à procura da paz. Prontamente eles se uniram e iniciaram sua busca.

Foram caminhando e avistaram uma moça que olhava freneticamente para ambos os lados, andava pra uma direção, parava, olhava pra trás e voltava. JJ então encostou em seu ombro e perguntou se ela sabia aonde estava a paz. A moça, que tinha cabelos meio loiros, meio pretos e usava uma calça cheia de cores junto com uma blusa completamente preta apontou pra um sentido, dizendo que achava ser por ali. Quando JJ e Esperança começavam a seguir pra onde haviam sido direcionados, a moça gritou e disse que não tinha tanta certeza e que poderia ser o outro caminho. Esperança, sempre tranqüila, pediu a ela que ficasse calma e perguntou seu nome. A moça olhou para o alto de maneira pensativa como se quisesse lembrar e sem muita firmeza respondeu que achava que seu nome era Dúvida. JJ sentou-se desolado numa pedra e pôs-se a enrolar um de seus cachinhos vagarosamente, já desejando acordar daquele sonho bobo.

De repente surge um homem austero de estatura mediana e usando óculos. Disse que havia ouvido a conversa e que se alguém poderia saber onde estava aquela tal de paz seria uma velha senhora que vivia no alto de uma montanha, conhecida como Sabedoria. Esperança agradeceu, e o homem, que se apresentou como Bom Senso, beijou delicadamente suas mãos. JJ sentiu uma ponta de ciúme, porém logo se fez lembrar que era só um simples sonho.

Ao chegar na tal montanha a dupla se deparou com outro homem, forte, de olhos cinzentos e pupila vermelha, com cabelos negros como o piche. Usava um sobretudo negro com detalhes em marrom. Virou-se falando que acabaria com eles, xingando-os de lixo inútil. Atrás dele tinha uma mulher de aparência horrenda, que parecia se arrastar com dificuldade e possuía um olhar entristecedor que despertava sentimentos negativos. Seus respectivos nomes eram Ódio e Inveja, como o primeiro fez questão de mencionar. Inveja olhava Esperança de cima a baixo, desejando ter aquela beleza. A linda loira, ao receber aqueles olhares parecia se enfraquecer e foi caindo de joelhos sufocada. Uma lágrima escorreu de seu olho esquerdo. JJ corre pra tentar segurá-la, mas recebeu um chute no meio do tórax. Chute que o fez voar 5 metros pra trás caindo como um boneco no chão. Ao tentar se levantar, num piscar de olhos levou um soco no meio do rosto. Recordou das brigas de infância, em como sempre era ágil, e deu um rolamento, assim escapando de outro chute. Levantou-se e armou a guarda, pronto pra luta. Subitamente, no momento em que JJ se preparava pra desferir um soco na face sorridente e sádica de Ódio, surge outra figura, de uma beleza indescritível, vestindo roupas simples e claras, cabelos curtos castanhos e uma venda nos olhos. Era belo, contudo de certa forma tinha grande semelhança com o Ódio.

Ódio arregalou os olhos como se visse uma assombração. Já JJ sentiu que estava a salvo por algum motivo; correu em direção a Inveja, que estrangulava Esperança, e desferiu uma voadora, gritando como um lutador de filme japonês. Pareceu mais uma gralha raivosa. Inveja, percebendo que agora estava em desvantagem, pôs-se a correr e sumiu. JJ ajudou Esperança a se erguer e indagou se aquele homem de venda nos olhos era conhecido. Esperança, com os olhos brilhando e um sorriso rejuvenecedor, disse que era um antigo amigo, o Amor, que usava uma venda por ser cego.

Enquanto JJ e Esperança conversavam e decidiam subir a montanha, Amor, antes que Ódio pudesse ter qualquer reação, o abraçou com força e ternura, fazendo com que este soltasse um grito perturbador. Desapareceram no instante seguinte. Quem viu aquela cena diz que estranhamente naquele momento eles pareciam ser um só.

A jornada parecia estar finalmente chegando ao fim. Subiram a montanha até o topo e encontraram uma senhora negra de ar simpático com longos cabelos brancos e olhos azuis, sentada numa rede presa entre duas árvores, as únicas naquele local. Então JJ fez a derradeira pergunta: “Senhora Sabedoria, onde podemos encontrar a Paz? Qual o caminho?”. Sabedoria, com um sorriso meigo, olhou para aqueles dois jovens com ternura e disse, de maneira delicada e firme: “Não há caminho para a Paz, a paz é o caminho.”

JJ acordou de súbito em casa, no sofá da sala, e notou a latinha de cerveja vazia caída no chão. Com uma leve dor de cabeça foi até seu quarto e viu sua namorada dormindo na cama. “Hora de parar de beber”, pensou ele. Andou até a geladeira, abriu, e deu de cara com outra cerveja. Pegando a loira estupidamente gelada em suas mãos disse pra si mesmo: “Mas não hoje.” O jornal, com mais uma notícia de guerra na capa, jazia ao seu lado.

3 comentários:

Anônimo disse...

Falaê amigo não li tudo, pois percebi que é o mesmo texto que vc pos uma vez no flog. Não sei se vc mudou no meio, mas o fim li que vc mudou...

beijus

Anônimo disse...

Tudo está melhor.
Não sei se é porque li com mais atenção,bom não sei mesmo mas o final está incrivelmente melhor,sem comparações por favor.A história do encontro do ódio com amor é simplesmente descrita de modo fantástico :D Os mínimos detalhes é que dão o ´´tchan´´ do txto.Aliás,eu adoro este texto.Tem outros parecidos,que descrevem apenas o encontro dos sentimentos,mas sem comparação à este,com toda sincerdade.

Um beijo!

Anônimo disse...

otima a historia... vc q escreveu??? O final...uahauhauha...o melhor ... so tem uma coisa: a caracterizaçao dos personagens, q q c pensou ao descrevê-los??


Bjokaxxxxxxxx

 
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