quinta-feira, abril 19, 2007

Escudo

Solitário em minha nave, vôo pelo universo, beijando estrelas e esquivando de asteróides. Bip, bip, comunicação chegando. Proposta de trabalho. Estava precisando de dinheiro mesmo. A missão parecia simples, encontrar uma mulher e levá-la ao contratante.

Sou Tal-al, mais um caçador de recompensas, contrabandista e mercenário em um universo infinito. O mesmo trabalho de outros bilhões que não souberam o que fazer da vida. No meu caso, sou especializado em recuperar objetos roubados. Evito matar, mas sei como fazê-lo de forma rápida e eficaz.

Isso não importa agora. Nesse instante os raios cruzam por todo o lugar, num festival de som e cores. Nada bonito quando você é o alvo. Estou atrás de uma nave pequena, proteção improvisada. Em meus braços, minha missão, uma mulher linda, delicada e frágil. Na verdade, em um só braço, o esquerdo, pois o direito segura minha pistola. Minha única chance de sair vivo daqui.

Estranhamente, mesmo sentindo a adrenalina em minhas veias e preocupado em sobreviver, o corpo quente dessa mulher me desperta sensações. Não consigo disfarçar a excitação. Ela percebe. Vejo um leve sorriso, com aquele ar provocante que poucas mulheres tem, e, das que possuem, menos ainda sabem usar com maestria. O sorrisinho vai se desfazendo e seus olhos se fechando... o corpo subitamente pesa mais e escorre sobre mim. Nas costas dela, minha mão; na minha mão, o sangue quente.

O corpo dela é bem voluptuoso, na medida certa para qualquer homem, principalmente um solitário em um nave. E é ainda mais perfeito para servir como escudo das rajadas, enquanto atiro na cabeça de cada um dos meus adversários.

sexta-feira, abril 13, 2007

Afetado pelo milésimo (?)

Ruas, bares e avenidas. Um nome é ouvido. Romário. Almoço no Centro do Rio de Janeiro, um grupo de mulheres conversando... sobre Romário.
De um lado, piadinhas; do outro, torcida pelo gol.
Evento? Vasco e Botafogo. Palco? Maracanã. Era a hora. 4 a 4. 8 gols de diferentes jogadores. Nenhum do Romário.

Assisti o jogo até o fim. E lembro perfeitamente da face do baixinho Romário no exato momento em que o Vasco foi eliminado. Jogadores vascaínos abraçados. O jogador botafoguense chuta e marca o pênalti. Ninguém mais do Vasco está abraçado. Cada um vai para um lado. Resta um. Ele, Romário. Estático, olhar fixo. Pude sentir a tristeza de um dos maiores ídolos do futebol brasileiro naquele instante. Por um milésimo de segundo, senti pena.

Logo depois, porém, lembrei que, dali, ele voltaria para sua cobertura na Barra da Tijuca, de frente para o mar, e dormiria nos braços de uma morena linda.

Fui dormir tranquilo.

quarta-feira, abril 04, 2007

BBB cheira como ralo?










É impressionante a mistura de amor e ódio que o BBB sucinta. Eu assisto e não sei porque.

Sei que é ruim, mas acho bom, é confuso. Eduardo Valente escreveu um artigo (http://www.revistacinetica.com.br/porquebbb.htm) e um comentário crítico (http://olhaso.nominimo.com.br/?504) que me fizeram pensar e analisar o motivo pelo qual muitas vezes fui dormir tarde vendo BBB.

Será que sou medíocre ou um simples brasileiro ignorante por ter sido seduzido pela Globo e sua capacidade fantástica de produção e edição? Não sou fã da Globo - longe disso - porém devo admitir a habilidade deles.

Assisti ao BBB7 e não torci em nenhum momento por Alemão e Íris, o casal que tornou-se tão amado pelo Brasil. Ela é chata demais e sempre achei o cara um babaca, desde o início. Contudo, admito, um babaca esperto, o qual teve sorte em algumas coisas e depois soube usá-la a seu favor.
Apesar disso, achei emocionante o final do último programa. Consegui perceber como aquele loiro estava louco com a vitória. Mesmo não simpatizando com o vencedor ou o péla-saquismo que o Bial tinha para com ele. (Inclusive, acho que o Bial se apaixonou pelo Alemão. )

Resumindo: não sei porque assisti esse programa, mas assisti. E, sendo bom, ou ruim, ou lixo, me trouxe a esse momento, no qual estou escrevendo e pensando, exercitando meu raciocínio. Graças também a tantos outros que, assim como eu, de alguma forma foram afetados e comentaram em tantas notícias e posts por aí, sobre esse reality show.

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Já que esse debate BBB (lixo? entretenimento?) me deu vontade de escrever, lembrei de um ótimo filme visto por mim há alguma semanas: O Cheiro do Ralo.
Engraçado, muito bem-feito e bem dirigido, com boas atuações. Um filme brasileiro já considerado cult por muitos.

O filme mexe com fetiches e desilusões. Selton Mello, interpretando Lourenço, o personagem principal, tem loucura na bunda de uma garçonete. Assim como sou louco por bundas. Essa foi a explicação de amigos meus quando comentei ter visto e adorado o filme.
E aí me ocorre, será que só assisti ao BBB7 por causa da bunda de Fani, a próxima capa da Playboy? Acho que não. Assim como não adorei o filme só pela bunda da garçonete.
O filme é engraçado, sem se esforçar para isso; e inteligente, sem tentar ser intelectual; tem bunda, sem ser apelativo; e é brasileiro, sem ser nacionalista.
Somente não gostei do final.

Bunda? Leia: A tara de Zé , post desse blog em Terça-feira, Maio 30, 2006 (é só descer a barra de rolamento ou ir nos arquivos)
 
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