sexta-feira, setembro 10, 2010

Devaneio de um fim de julho

A paisagem alentadora sumiu. O futuro continua uma incógnita. No campinho de terra, ninguém está jogando bola. Mais a frente, um cemitério vazio - aparentemente.

A cerveja está mais gelada do que nunca, rasgando a garganta como um líquido mágico, revigorante e destrutivo.


A facada dói. O sorriso estanca. A estrada me chama.



Duas garrafas, cama, caneta, papel

Sentimento estranho. Absurdamente único. Experiência nova. Alguma experiência é velha? Nada nunca é igual. Cada momento é um momento. Duas garrafas de Bohemia subiam pela cabeça daquela criatura, percorriam seu corpo, lhe faziam tremer. Culpa do álcool? Um frio na barriga... Mas, acima de tudo, uma serenidade persistia.


Vento frio no rosto, gelando as orelhas - e um calor vindo de dentro. Importante notar os sorrisos do outro lado, merecidos e brilhantes, como sempre. Pareceram desaparecer por alguns instantes, porém em pouco tempo voltariam. São muito poderosos para ficarem escondidos.


Enquanto isso, aquele cara não era mais um adolescente guiado por impulsos idiotas. Era um homem. Encarando as conseqüências de suas decisões, aceitando as tão famosas ironias do Destino, sorrindo sereno e seguindo seu caminho. Boa jornada. Era o que desejava - para si mesmo e para os outros.

 
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