quarta-feira, agosto 16, 2006

A arte de beber com os amigos






Diz aí. Quantas idéias já não saíram de uma roda de amigos bebendo? Quantas filosofias? Quantas reflexões? Quantas loucuras? Quantos políticos? Quantos rebeldes?
Quantos depressivos? Quantas revoluções? Quantas mortes? Quantas paixões?

Uma roda de amigos bebendo. Podem ser somente dois. Ou três. Ou quatro. Pra ser sincero, pode ser até um só. Mas nesse caso terá de possuir múltiplas personalidades.
É uma arte que começa normalmente de forma simples e não precisa de muito dinheiro. Alguém pergunta pra um outro alguém ou pra vários outros alguéns: “Vamos sair pra beber?”. Esse sair pode ser ir até a esquina próxima do seu trabalho ou se despencar pra outro bairro. Em certas situações existem casos de pessoas que foram pra outros estados ou países, tudo depois dessa bendita - maldita? - convocação. Juro! Um pescador que me contou.

Depois da devida primeira atitude, todos se reúnem e pedem suas respectivas bebidas. Do pub luxuoso com consumação mínima na entrada, ao bar da boate; do churrasco de fim de semana ao botequim pé-de-chinelo onde o copo – de tão mal lavado - tem até resto de comida dentro. Você grita pro garçom: “Ei, meu copo está sujo!”, e ele responde com sua educação inglesa: “Dane-se”. Em certos bares o charme é exatamente o jeito “gentil” com que você é tratado. Não importa o local, pois essa divina arte pode ser aproveitada em diversos lugares.

Futebol, por exemplo, é um papo recorrente nessa arte. Em ano de copa então... O jeito com o qual meu time goleou o seu naquele dia feliz e a forma que perdeu aquela final naquele dia frio e triste. Como o Brasil perdeu aquela Copa de 98 pra França? Ronaldo amarelou? Bichou? Broxou? O craque vai jogar na seleção como joga no time? E, a questão definitiva, que não pode faltar: quem é melhor, Pelé ou Maradona? Isso porque um ainda vai dizer que é o Garrincha.

Subitamente, de um comentário idiota como “P..., que mulher gostosa!”, pode surgir aquele clique que fará pessoas milionárias; aquela idéia genial de inventar algo nunca dantes imaginado. É, mas normalmente isso só acarreta que a tal mulher gostosa faz um dos caras lembrar daquela outra mulher gostosa que o fez sofrer no passado. Daí o primeiro diz que mulher tem que ser pisada; o segundo que tem que ser tratada com carinho; e o terceiro prega o equilíbrio: nem lá nem cá. Quando os integrantes da mesa percebem já estão falando dele, o mais amado: sexo.

Sabe aquele cara de algumas linhas atrás que sofria pela ex-mulher gostosa? Vai sofrer ainda mais enquanto conta para os amigos as habilidades sexuais da dita cuja e de como ela era insaciável. “Aquele dia dei cinco seguidas, sem tirar”, mentiras desse tipo são contadas. “Fulanita adorou quando apareci vestido de Chacrinha e a chamei de Terezinha”, e coisas como essa, confessadas. Sexo é um dos assuntos que podem dominar como nenhum outro uma conversa, principalmente com o advento do álcool. Faz o pessoal esquecer completamente do futebol para debater com regozijo sobre o quão grandiosa é a... hum... presença, da Juliana Paz, ou como a altiva boca carnuda da Angelina Jolie desperta a vontade de pedir urgentemente alguns petiscos pra acompanhar a bebida.

Papo vai, papo vem, e obviamente ninguém chega a uma conclusão.
Porém, sem mais nem menos, de uma idéia saída daquela mesa de artistas, um pode chegar ao seu primeiro milhão.
Ou simplesmente chegar em casa bêbado e dormir. Acima de tudo, a arte irá perdurar. Pois aonde houver um bar, ela estará.

quinta-feira, agosto 03, 2006

ZZZZZZ...
















Na madrugada as leis são outras.
Deitou-se e revirou na cama por duas horas e meia.
Sua mente divagava, pensando em sexo, imaginando sexo.
Também lembrava de amigos, e boas histórias.
Ria sozinho deitado no escuro.
A única luz, avermelhada, vinha do relógio digital.
Dormiu.
 
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