quarta-feira, junho 27, 2007

Magricelo

Magricelo. Narigudo. Bom coração. Hormônios em ebulição. 17 anos.
Uma coleção inimaginável de revistas masculinas.

Um rapaz amargurado por não encontrar uma mulher perfeita como aquelas das revistas. Quando achava ter avistado uma com os atributos requeridos, sempre faltava algo. Percebia alguma imperfeição que cortava todo seu tesão. Era sempre assim.

Teve a chance de beijar – entre outras coisas - várias mulheres, mas não, nenhuma era como as maravilhas das revistas.

Em vez de aceitar sair com suas pretendentes, viajava por sua imaginação. Um mundo no qual tinha e possuía todas as perfeitas. Uma por uma, talvez duas, três, ou até várias ao mesmo tempo. Sem limite de tempo. Nada para desagradar.

Mas, na vida real, um virgem. Não contava para os amigos, claro. Porém, incrivelmente, não tinha vergonha ou tanta pressa assim. Queria uma daquelas deusas voluptuosas de curvas perfeitas.

Arrumou um emprego, trabalhou, juntou dinheiro.
Procurou na internet. Serviço de acompanhantes. Pelas fotos pareciam ser como “aquelas”.
Ligou e pediu a mais perfeita de todas: “como as das revistas”. Era a mais cara, obviamente. Não se importava.

Ah! Perfeição de mulher. Nada fora do lugar. Nenhuma cicatriz, nenhuma marca, nenhuma falha física. Seios médios apontando para o céu. Cintura fina como uma ampulheta. Quadril largo na medida certa, culminando em duas formas arredondadas e arrebitadas.

Ela despiu-se vagarosamente. Os olhinhos dele brilhavam, lacrimejando de emoção.
Parecia-lhe gigante. Ele era Davi.

Olhou nos olhos da mulher. Fixou o olhar. Não sentiu nada.

Foi imperfeito. Desastroso, na verdade. Derrapou em cada curva da moça. Cada movimento foi mecânico, sem sentimento, triste.

Decepcionado, passou a semana triste e cabisbaixo. Uma colega de trabalho, gordinha simpática e carismática, de sorriso franco e voz bondosa, sentindo a tristeza do magricelo rapaz, foi confortá-lo.

Saíram, tomaram uns chopes. Acabaram no motel. Nada mais importava para ele.

Lá, olhou nos olhos dela. Fixou o olhar. Sentiu tudo.

Foi perfeito. Deliciou-se com cada curva a mais da moça. Se afogou por completo no corpo daquela verdadeira mulher. Sedento, feliz, realizado.








Um comentário:

Anônimo disse...

Ampulheta?boa rs...

Só a parte do gordinha que não gostei. Não precisa pegar tanto assim o lado oposto pra marcar o, bom, o oposto mesmo. Mas conclui bem com a parte das ´´curvas``. Cada curva a mais...rs. Bom,enfim :D

Sedento...adoro essa palavra. Hum.
(comentário inútil, delete de sua mente)

Magricelo narigudo com gordinha de curvas a mais...
e ambos realizados.

bjo grande!

(é, não consegui fazer um comment coerente..acho que é devido a hora ¬¬)

 
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